domingo, 7 de agosto de 2011

O pássaro que desbota quando preso



Temos em nossa fauna um pássaro especial. É o tié-sangue.

É avistado próximo às restingas, capoeiras e beiras de mata do litoral do Brasil.

Suas asas são vermelhas como o sangue, por isso ganhou esse nome. Possui a cauda negra e uma linda mancha branca no bico.

As lindas cores do tié-sangue atraem os criadores, mas é impossível apreciar sua beleza em cativeiro, visto que ele fica com uma cor pálida, alaranjada, desbotada.

Pois, entre a variedade dos frutos de que o passarinho se alimenta, há alguns que contém um pigmento de nome astaxantina, que mantêm sua coloração.

A beleza do tiê está na proporção de sua liberdade. Quanto mais livre, mais belo.

Nesse aspecto, o ser humano se parece muito com o tiê. Precisa estar livre para ser belo, para ser feliz.

Precisa alçar vôos com o pensamento, nutrir-se de idéias e sentimentos, interrelacionar-se com os outros e com o cosmos.

Necessita conhecer as verdades do universo, bem como as que estão em sua intimidade espiritual.

O jovem, em especial, que tem tanta sede de liberdade, muitas vezes se deixa aprisionar pelos vícios de variada ordem, enfraquecendo e tornando-se pálida sombra que caminha a passos largos para a derrota.

Jovens que deveriam mostrar suas cores e virtudes individuais, deixam-se levar pela falsa necessidade de se confundir com o grupo, caindo no cativeiro infeliz forjado pelas mídias e pela opinião dos outros.

Quem se deixa conduzir pelos modismos, pelas idéias medíocres que tentam fazer do jovem um ser sem vontade própria, é como um pássaro que empalidece, desbota, muda de cor, perde o brilho.

Mas os efeitos desse tipo de cativeiro não são apenas na aparência externa. O prisioneiro dos vícios perde a alegria de viver, perde a saúde, perde a esperança.

E o jovem, tal qual o tiê-sangue, precisa voar alto, mas com a mente arejada pelas idéias saudáveis da confiança no criador do universo, nas leis soberanas que regem a vida.

Jesus afirmou: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Na verdade divina reside a plena libertação. E como sabemos que as leis divinas estão em nós, esculpidas em nossa consciência, podemos, em esforço próprio, começar a buscar a compreensão delas nos auto-analisando, nos auto-conhecendo.

Compreendendo os desígnios divinos que nos convidam à melhor ação saberemos como interagir com a realidade que nos rodeia.

Confrontando nosso cotidiano com as leis da vida transformaremos nosso modo de ser e de agir, influenciando, positivamente, o meio em que vivemos.

***

Jovem, conhece-te a ti mesmo e voa no rumo da tua própria liberdade.

Voa sem peias, alimentando-te de nobres sentimentos, de experiências saudáveis, de práticas caridosas, a fim de manter tua cor bela e atrativa, não te deixando aprisionar pela ignorância, que te faria empalidecer ou desbotar.

Sê como o tiê-sangue, livre e belo, nas andanças das múltiplas existências.

Mas não esqueças da responsabilidade necessária para que, verdadeiramente, se instaure a liberdade em tua vida.

E lembra-te sempre de que a tua beleza está na proporção da tua real liberdade.

Quanto mais livre, mais belo.

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